quinta-feira, 5 de outubro de 2017

CLEARVIEW - Absolute Madness (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,3/10,0


Tracklist:

1. Living on Your Knees
2. SP Stomp
3. Dirty Streets
4. No Good Games
5. Valley of the Dead
6. Depression
7. Break the Trap
8. Make It Right
9. Concrete Jungle
10. No Trust in Love
11. Upside Down World


Banda:


Rick Perallio - Vocais
Thiago Dantas - Guitarras
Caio Turim - Guitarras
Felipe Angelim - Baixo
Henrque Pucci - Bateria


Contatos:

Site Oficial: clearviewsphc.com
Twitter:
Assessoria: www.hoffmanobrian.com.br (Hoffman & O'Brian)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O Brasil, mais precisamente SP, sempre teve uma forte cena Hardcore. Quantas e quantas foram as bandas que surgiram aqui, criando uma música abrasiva e rebelde, antenada com a realidade das cenas norte americana e europeia, e sempre trazendo algo novo e especial. E que o digam os veteranos do CLEARVIEW, que soltaram mais um murro na cara do conformismo, chamado “Absolute Madness”.

Completando 15 anos de muita luta no cenário, o quinteto vem com toda a força do mundo, triturando ossos em seu Hardcore brutal e animalesco, com claras referências a nomes como CRO-MAGS, MADBALL e outros nomes do cenário norte americano. Mas é preciso deixar claro que o quinteto paulista sabe usar diversas influências externas (Thrash Metal e pitadas de Hardcore moderno) em sua música para criar algo intenso, bem pessoal e cheio de energia.

A produção de “Absolute Madness” ficou nas mãos de Nick Jett e da própria banda. E é incrível como eles conseguiram que a sonoridade do disco flua limpa e bem cuidada, mas com uma agressividade e impacto ótimos. É possível ouvir cada instrumento separadamente, e percebe-se que os timbres estão o mais próximo possível daquilo que o grupo se propõe a fazer em suas apresentações ao vivo. Mais um pouco e se a sensação de estarmos em um show da banda seria perfeita. E aliado à boa música, a apresentação visual ficou ótima, com uma capa que remete diretamente aos discos de Hardcore/Crossover dos anos 80, mas com um toque de modernidade. E o encarte, simples, ficou muito bom.

E o CLEARVIEW veio para descer o cacete e causar slam dancing sem dó nos mais desavisados. A música do grupo é rascante, firme, cheia de energia, e eles mostram que são capazes de não caírem no ponto comum de ficarem presos ao passado. Não, de forma alguma, pois “Absolute Madness” soa vivo e com o frescor da juventude em cada uma de suas canções bem arranjadas. E preparem os ossos e dentes, pois em 11 canções curtas, o quinteto mostra que tem gás de sobra para mais 15 ou 30 anos. E vale ressaltar as presenças de Scott Vogel em

Melhores momentos: a insanidade cadenciada e ácida de “Living on Your Knees” (que vocais e backing vocals), a intensidade crua e feroz de baixo e bateria em “SP Stomp”, as coturnadas nos cornos de modistas e conservadores de plantão em “Dirty Streets” e “No Good Games” (ambas com baixo e bateria mostrando um ótimo trabalho na base rítmica, que ianda conta com a presença de Scott Vogel), o azedume HC intenso de “Depression” (uma música cadenciada e intensa, com vocais ótimos, e a letra lida com esse problema tão atual), a fúria à lá CBGB de “Make It Right” (que tem como convidado especial David Wood) e “No Trust in Love”, e a veloz e rasgada “Upside Down World” (que trampo de guitarras de primeira).

Ouça, compre, vá aos shows deles, pois “Absolute Madness” é um disco de Hardcore na mais pura essência. Parabéns, CLEARVIEW!