sábado, 11 de novembro de 2017

JEV - Jev (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Tracklist:

1. The Racing
2. Driver
3. Move it On
4. Syren
5. Wildest Youth
6. Your Look
7. When is Love
8. Heaven
9. Over This Time
10. Everytime I’ll Loose my Mind (Long Live Rock and Roll)


Banda:


Hebert Davis - Vocais
Cleiton Soman - Guitarras
Allan Tavares - Baixo
Jéssica Alessandra - Bateria


Contatos:

Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


De alguns anos para cá, o Hard Rock/Glam Metal parece estar retornando com toda força pelo mundo todo, em especial na Europa. Mas como é legal saber que os ecos de tal renascimento estão chegando ao Brasil e trazendo uma nova geração de bandas do estilo por aqui. E de São José dos Campos (SP), lá vem o quarteto JEV, descendo o malho em seu primeiro disco, “Jev”.

Sim, é Hardão de primeira à lá SKID ROW, com toda aquela carga pesada e intensa, mas óbvio que existem toques de DEF LEPPARD, KISS e mesmo MOTLEY CRUE em alguns momentos, mas se percebe também que há muitas influências de sonoridades mais modernas na música do grupo. O instrumental é bem pesado e melodioso, mas cheio daqueles toques mais acessíveis e cada refrão que não sai mais da cabeça. E como a música deles flui com energia e espontaneidade. É ouvir e gostar.

Glaubert Ribat cuidou da produção, mixagem e masterização de “Jev”, tendo o vocalista Hebert Davis na co-produção. E a sonoridade do disco soa agressiva e bruta, cheia, justamente o que mostra como o grupo tem uma pegada bem moderna. Mas ela permite que as melodias e arranjos musicais fluam sem problemas. Poderia ser um pouquinho mais limpa e com timbres mais simples, mas está muito bom como está.

O JEV tem como ponto positivo não viver de passado, já que o disco não soa datado ou acumulando clichês dos anos 80. Longe disso, temos que “Jev” tem uma energia jovem, com músicas bem dinâmicas, melodias bem feitas e pesadas, sem exageros técnicos e apostando em canções grudentas. E a energia que transpira das canções vai nos envolvendo facilmente.

O disco é ótimo, mostrando em suas oito músicas muita energia e vida (tendo em mente que “The Racing” é uma introdução, e “Syren” e uma curta faixa feita com efeitos). Mas não destacar o peso melodioso, moderno e grudento de “Driver” com seu refrão marcante e guitarras bem arranjadas, as melodias arrasa-quarteirão e bicuda na porta de “Move it On” e seus vocais de primeira, o trabalho fundamental de baixo e bateria na mais cadenciada “Wildest Youth” (onde o lado mais KISS dos anos 80 fica bem evidente na base rítmica), a beleza sedutora da balada “When is Love”, e a energia mais crua e ríspida que surgem nas melodias de “Over This Time” e “Everytime I’ll Loose my Mind (Long Live Rock and Roll)”.

Um bom disco, mas o potencial da banda, pelo que pode ser percebido, é enorme. Logo, esperemos que “Jev” tenha sucesso e leve o quarteto a um segundo disco.

Aliás, “Jev” pode ser ouvidos nas plataformas digitais abaixo.

Google Play - http://bit.ly/2y8JIxO

BELLINI - Bellini (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 8,7/10,0

Tracklist:

1. O Que Aconteceu Aqui?
2. A Rua e a Lua
3. Não
4. Quase Sempre Disfarço
5. Meu Bem
6. Seguir
7. Como Ser Sincero
8. Música!
9. Sonho
10. Queria Bem Mais


Banda:


Bellini - Vocais, bateria
E. Damm - Baixo, guitarras, B3, backing vocals
Glauber Ribat - Bateria
Dudu Chermont - Guitarras em “O que Aconteceu Aqui?” e “A Rua e a Lua”
Fred Nascimento - Violão, gaita em “Sonho”


Contatos:

Site Oficial: www.bellinirock.com
Twitter:
Bandcamp:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Para que certas coisas sejam bem entendidas em termos de Rock no Brasil, é preciso deixar claro que duas vertentes estão presentes no consciente coletivo de todos, mas é preciso defini-las: de um lado temos as que preferem algo mais sujo e com energia, apesar do forte acento melódico (caso de bandas como CASA DAS MÁQUINAS, GOLPE DE ESTADO, GOATLOVE e outros), e aquelas que conhecemos do chamado Rock Brasil dos anos 80, que tanto fizeram sucesso. Mas temos que falar uma verdade: transitando entre estes estilos está “Bellini”, primeiro disco do cantor BELLINI, de São Carlos (SP).

O estilo de BELLINI é simplesmente Rock ‘n’ Roll sem muito compromisso com vertentes. Momentos mais voltados ao Classic Rock podem ser ouvidos em muitas músicas (como fica claro em “O Que Aconteceu Aqui?”), outros mais Pop, e por aí vai. Mas se percebe que o cantor é bem talentoso, sabendo usar bem sua voz em todo disco, bem como cria melodias de fácil assimilação. Podemos dizer que o disco é um autêntico “tem pra todo mundo”, mas sempre bem feito e que irá satisfazer os ouvidos dos menos radicais.

Mixado e mixado no Estúdio Urca, no RJ, podemos dizer que a sonoridade de “Bellini” é bem interessante. Embora se perceba que não houve exageros que poderiam tirar a ambientação espontânea do disco, deixando tudo um pouco mais visceral, percebe-se que houve uma preocupação em soar claro e inteligível. Poderia ser melhor, óbvio, mas está bom.

O fato é: o cantor soube criar um disco interessante, com músicas que possuem melodias ótimas, refrãos que grudam nos ouvidos, e bom nível técnico nos instrumentos (sem exagerar, pois a proposta do trabalho não é essa). Os arranjos são bem simples, mas eficientes para se encaixar no objetivo de Bellini: ser um disco que seja, antes de tudo, divertido, descompromissado, e que possa entreter a todos.

Em dez canções, percebe-se a competência do disco em momentos mais clássicos em termos de Rock, como em “O Que Aconteceu Aqui?”, cheia de teclados inteligentes e linhas melódicas bem simples, com certo acento Bluesy; nas linhas harmônicas de “A Rua e a Lua”, onde alguns backing vocals ficaram bem encaixados e o refrão seduz o ouvinte, e mesmo partes mais pesadas como se ouve em “Meu Bem”, que possui toda aquela carga densa vinda do Blues. Mas o lado mais Pop Rock anos 80 surge com força em “Não” (as melodias dessa canção a tornariam um hit das rádios em 1985 ou 1986, com certeza), a melodiosa e mesmo ingênua “Quase Sempre Disfarço” (puro Pop Rock, cheia de alguns arranjos de guitarras bem legais, e que você na segunda audição já começa a cantar), a belíssima balada de voz, violão e teclados em “Como Ser Sincero”. Estas são as melhores canções, em que pese que o disco inteiro é muito bom.

No mais, “Bellini” é um disco convidativo, daqueles que se coloca no carro nas sextas à noite e se vai para as baladas curtir uma cerveja, um beijo, uma noite.

Ah, sim: você pode ouvir “Bellini” nas plataformas digitais.