segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

SILVER MAMMOTH - Silver Mammoth Singles (Single)


2017
Nacional

Nota: 9,6/10,0

Tracklist:

01. Let Me Hide You
02. Coup to The End


Banda:


Marcelo Izzo - Vocais
Marcelo Izzo Jr. - Guitarras
Guilherme Barros - Guitarras
Felipe Leão - Teclados
Chakal - Baixo
Ibanes Liba - Bateria


Contatos:

Site Oficial: silvermammothband.com
Bandcamp:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Apostar no Hard Rock/Rock ‘n’ Roll dos anos 70 já se mostrou uma tendência consolidada, permitindo que boas bandas surjam por todos os cantos que possamos imaginar. No Brasil, estão alguns dos melhores nomes do gênero, uma vez que o sangue mestiço do brasileiro, somado ao Groove e pegada do estilo sempre rende coisas muito boas. E eis que o sexteto SILVER MAMMOTH, um dos nomes mais fortes do estilo por aqui, retorna com mais um trabalho, dessa vez um Single, chamado “Silver Mammoth Singles”.

O grupo faz um Hard Rock vigoroso e forte, com ótimas doses de Groove e psicodelia sonora, remetendo bastante aos anos 60 e 70, mas sem que soe datado para os ouvintes. Óbvio que existem aqueles elementos envelhecidos, mas nas mãos de quem sabe o que faz, sempre rende bons frutos. E esses sujeitos sabem muito bem o que estão fazendo, conhecem a coisa, e por isso, flui deles uma música provocante, cheia de melodias bem feitas e detalhes interessantes, mas com boa dose de peso. Não é à toa que foram um dos destaques de “Going to Brazil... The Brazilian tribute of Motorhead”, com uma versão ótima para “White Line Fever”.

O Single foi produzido por Marcelo Izzo e Rafael Agostino. E na sonoridade transparece a preocupação de soar claro e inteligível para o ouvinte. E nessa sonoridade bem cuidada (que não deixa de ter a devida crueza necessária), com bons timbres instrumentais, o trabalho musical do grupo se agiganta, pois peso, melodia e Groove fluem em doses homeopáticas, mostrando que não é necessário soar empoeirado ou bolorento para se fazer um trabalho nesse estilo musical.

E a arte é assinada por João Duarte, um designer bem conhecido (que fez a arte de “Mindlomania”, disco anterior do sexteto), onde se vê uma apresentação mais simples, direta e funcional estabelecendo que o foco é mesmo na música.

O SILVER MAMMOTH evolui de trabalho em trabalho, sempre nos mostrando uma consensualidade entre o que já fez e o que está fazendo. Mais uma vez: longe de soar datado, a música deles é cheia de energia, cativante e sedutora. Bem arranjada, mas sem que perca a espontaneidade, o trabalho é de primeira.

Em “Let Me Hide You”, um Groove melodioso e cativante nos seduz logo de cara, com uma música rica em detalhes e com um ótimo refrão, excelentes guitarras e teclados perfeitos, fora um peso enorme. Com um swing que remete ao Boogie Rock da virada dos anos 60 para os 70, “Coup to The End” vem com enfoque no lado pesado, mas novamente com um refrão envolvente, além de um trabalho de baixo, bateria e vocais de primeira.

Infelizmente, “Silver Mammoth Singles” só têm essas suas canções, deixando um acentuado gosto de “quero mais” no ouvinte. E um conselho aos apaixonados por vinil: esse Single foi lançado exclusivamente no formato 7”, logo, aproveitem!

Que banda!


LEGACY OF KAIN - I.N.V.E.R.S.O. (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 8,3/10,0

Tracklist:

1. Condenados
2. I.N.V.E.R.S.O.
3. Legado
4. Brasiu
5. Distrito F_deral
6. Tudo a Perder
7. Frieza no Olhar
8. Cicatrizes
9. Vozes
10. Anestesia
11. Epiphania
12. Não Justifica


Banda:


Markos Franzmann - Vocais
Karim Serri - Guitarras          
Angelo Torquetto - Guitarras
Leon P.S. - Baixo      
Tiago Rodrigues - Bateria     


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Bandcamp:
Assessoria: https://pt-br.facebook.com/LexMetalisAA/ (Lex Metalis Assessoria e Agenciamento)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


No Brasil, formas de se tocar Metal Old School e modernas convivem em relativa harmonia. Óbvio que sempre existirá a dicotomia entre fãs dos gêneros, embora não faça sentido: Metal é Metal, e pronto. E pode parar com mimimi, teorias, explanações, pois não faz sentido. Gosto alheio não é regra. Há sempre bons trabalhos em ambos os lados, logo, se pode ter o melhor dos dois mundos, para que ficar de briguinhas infantis? O que hoje chamam de Old School já foi novo, e triturado por veteranos.

Em uma vibe moderna, um jeitão bruto e agressivo de ser, vem o quinteto LEGACY OF KAIN, de Curitiba (PR). E finalmente com seu primeiro álbum, chamado “I.N.V.E.R.S.O.” e que vem para somar.

Estilisticamente, podemos dizer que o LoK (se me permitem o uso da sigla) faz um Thrash/Groove Metal abrasivo e com referências à bandas como MESHUGGAH, e outros pelo uso de guitarras de 8 cordas e baixas afinações (mas com solos melodiosos), vocais urrados em timbres guturais à lá PANTERA, e uma sessão rítmica densa e técnica, esbanjando peso em tempos muitas vezes quebrados. Se pode não soar novo, é cheio de energia e vitalidade, além de soar algo cheio de personalidade.

Dessa forma, se percebe que o LoK vem com um trabalho muito forte e consistente.

A produção ficou a cargo das mãos cuidadosas de Karim Serri (guitarrista do grupo e conhecido produtor no cenário local). E assim, se percebe que a sonoridade de “I.N.V.E.R.S.O.” é fluida, densa e pesada, com um toque abrasivo evidente. Mas ao mesmo tempo, há uma clara preocupação em soar compreensível para os ouvidos alheios, logo, se tem uma qualidade sonora muito boa.

Em termos de arte gráfica, Carlos Fides (da Artside) criou a capa de “I.N.V.E.R.S.O.”, deixando claro o conteúdo caótico das letras. Se repararem bem, há uma clara referência sobre a capacidade do ser humano agredir e destruir seu semelhante.

Raivoso e com boas melodias (especialmente nos solos), o LoK mostra um trabalho bem consistente e pessoal. Dentro dos estilos mais modernos, melodias tão bem definidas e timbres mais claros não são comuns, mas eles fizeram assim. Além do mais, a música do grupo é rica em arranjos bem feitos, a estética está imperando sem exageros. Sim, é bom demais!

Embora exista uma homogeneidade bem grande no disco, podemos dizer que os melhores momentos do disco estão em “Condenados” e suas boas levadas ganchudas (e reparem bem nos solos melodiosos), o tom abrasivo e inebriante das guitarras em “I.N.V.E.R.S.O.” (que possui melodias muito bem feitas e bonitas, riffs técnicos, mas reparem como baixo e bateria criam um peso absurdo, além de mostrarem uma técnica espantosa), a raiva anárquica de Distrito F_deral (que transpira agressividade e energia, recheada de bons vocais e uma muralha de guitarras de primeira), a energia crua Thrash/Djent Metal de “Frieza no Olhar” em suas partes mais cadenciadas, o mix de melodias bem pensadas e agressividade em “Vozes” (onde baixo e bateria mais uma vez se destacam por conta das mudanças de ritmo), a envolvente “Anestesia” e seu jeito mais lento e bruto, o enfoque na solidez sonora em “Epiphania” (mesmo alguns efeitos são ouvidos aqui e ali), e o trabalho vocal de primeira ouvido nos tons agressivos de “Não Justifica”.

O LoK veio para ficar, logo, não adianta choro ou mimimi. Se tentarem fazer isso, o atropelamento é certo.

E “I.N.V.E.R.S.O.” é um ótimo disco, verdade seja dita!