terça-feira, 19 de dezembro de 2017

EDEN SEED (Thrash/Heavy/Metal Eclético - São Paulo/SP)


Banda: EDEN SEED

Estilo: Thrash Metal/Heavy Metal/Eclético mas sempre Metal

Início de atividades:29/06/2016

Discos lançados: EP “Rising Up” / Single “Maria Candelária”

Formação atual: Luis Henrique (Vocal), Gisele Marie Rocha (Guitarras), Matheus Manente (Baixo), Marcos Henrique (Bateria)

Cidade/Estado: São Paulo (SP)

Influências musicais: Cada vez se torna mais estranho e algo incômodo falar sobre as influências do EDEN SEED, porque a banda tem incontáveis influências, nem todas são de metal, muitas são incompreensíveis e a banda é realmente eclética, embora seja sempre extremamente pesada. Eu (Gisele Marie Rocha) poderia citar aqui PANTERA, MEGADETH, BLACK SABBATH, JUDAS PRIEST, OZZY, ANTHRAX, mas isto é muito pouco e limitador para citar o grande e variado número de influências da banda.


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Gisele Marie Rocha: O EDEN SEED só surgiu devido à minha insatisfação em relação à atuação da banda que eu tocava antes. Então eu saí daquela banda em agosto de 2015 decidida a formar uma nova banda para mim, uma nova banda de metal, com horizontes musicais mais amplos, pesada como todo o meu trabalho até hoje, e mais atuante. Bem, música é o meu trabalho, a minha profissão e a minha vida, e eu acredito que todos os membros da banda também sentem isto, e é por isso que temos uma banda.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Gisele: Tocar em uma banda de Metal no Brasil já é por si só uma dificuldade, mas nós acreditamos de fato na globalização e no alcance mundial através da internet. O cenário no Brasil está difícil porque os espaços para banda autoral são ou limitados ou ineficientes, e o público brasileiro é extremamente colonizado, mas os objetivos do EDEN SEED sempre foram relacionados ao mercado mundial, então seguimos em frente.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Gisele: A estrutura nunca é boa no Brasil, em qualquer cidade. São Paulo não foge à regra, e tudo isto é agravado pela situação difícil do cenário econômico atual. Temos feito shows com certa frequência, mas como o EDEN SEED é uma banda muito nova e nós estamos no momento concentrados na produção do nosso primeiro full álbum, que deverá ser lançado no começo de 2018, então eu acho que vamos começar a encarar shows mesmo a partir do ano que vem.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Gisele: Isto é um tipo de comentário de quem parou no tempo e está olhando para trás em vez de olhar para frente. O Metal é um estilo de música, que nunca irá acabar. Quantas vezes será que o fim do blues, do rock em geral, do jazz, da música erudita, foi declarado? No entanto, todos estes estilos de música continuam mais vivos do que nunca e sempre estarão vivos. Assim é com o Metal, que no fim das contas é um estilo musical, como estes que eu citei! Metal nunca vai acabar! Metal não é moda, é música.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Gisele: O que é dar certo? O Brasil já passou por fases em que o cenário musical em geral, e isto transcende o Metal, era tão bom quanto em qualquer outro canto do mundo, como Europa, Estados Unidos, Ásia... O problema não é o Metal em si, mas sim o cenário brasileiro atual, onde você tem pouco espaço para a arte em geral no país, uma população com poucas oportunidades de variação cultural, cuja atenção e capacidade cognitiva é bem direcionada para descartáveis e coisas fugazes. Mas falando especificamente em termos de Metal, falta muita coisa, falta a atuação realmente profissional de pessoas e equipes que atuam no cenário, falta sempre a união de bandas e público, mas a mudança está em todos nós que atuamos no cenário Metal e não estamos fazendo a nossa parte, todos nós, músicos, produtores, bookmakers, empresários, casas de shows, etc...


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Gisele: Não adianta ficar reclamando da realidade se você não tem uma atuação positiva e não faz a sua parte! Cultive e exercite a consciência, opinião própria, senso crítico, seja você mesmo, e paz para todos!


Links para contatos:
EDEN SEED – PÁGINA OFICIAL NO FACEBOOK: https://www.facebook.com/EdenSeedBand/

EDEN SEED – SITE OFICIAL: http://www.eden-seedband.com/

Links para audição: https://soundcloud.com/eden-seed

OBS.: se a banda possuir discos no Bandcamp, Soundcloud, e clipes oficiais, coloque-os aqui.
EDEN SEED – CANAL DA BANDA NO YOUTUBE: https://www.youtube.com/channel/UCt2y9oH-Z3gMv2fDOAhm7Uw

BANDCAMP: https://edenseed.bandcamp.com/


Vejam o vídeo para “No Violence”, novo Single do EDEN SEED:

SAND CRUSADER (Death Metal Progressivo - Belém/PA)


Estilo: Death Metal Progressivo

Início de atividades: 2016

Discos lançados: "Sand Crusader"

Formação atual:
Wael Daou - guitarra
Tiago Belem - bateria
Gleyson Souza - baixo
Edu Lobo - vocal

Cidade/Estado: Belém/PA

Influências musicais: DEATH, Jason Becker.


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Wael Daou: A banda começou com o intuito de tocar o álbum recém lançado do guitarrista Wael Daou, e com o passar do tempo foi tomando proporções maiores a cada show! Hoje estamos em processo de composição de um novo disco.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Wael: Locais para shows, estrutura e incentivo, falta de cachês e dificuldade em vender material autoral.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Wael: Temos pessoas focadas e esforçadas pra fazer com que cena ande! Graças a elas estamos conseguindo nos apresentar. A cena autoral em Belém é enorme e cheia de bandas incríveis esperando oportunidades.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Wael: O Metal é um estilo de vida... um modo de pensar e nunca morrerá! Basta o público se interessar por bandas novas e dar espaço a elas.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Wael: Apoio do público. Artista de modo geral no Brasil e no mundo não é valorizado até que estoure...


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Wael: Apoie a cena local e consuma os seus produtos! Isso ajuda a banda a manter suas atividades!




Vejam o vídeo de "Thorns of Joy", do disco "Sand Crusader":

ASKE - Broken Vow


EP
2018
Nacional

Tracklist:

1.      Meadows in Shade
2.      Menschwerdung
3.      Broken Vows
4.      Mardi Gras
5.      Übermensch


Banda:


Filipe Salvini - Vocais, baixo
Lucas Duarte - Guitarras


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Instagram:
Assessoria: http://www.sanguefrioproducoes.com/bandas/ASKE/27 (Sangue Frio Produções)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


As terras de São Carlos (SP) estão realmente em polvorosa em termos de Metal há alguns anos. Parece que a cidade virou um criadouro de nomes promissores. Um deles é o da dupla ASKE, que está há 8 anos na estrada, e que acaba de lançar o EP “Broken Vow”, um material de primeira para fãs de Meta extremo.

Tramitando em um meio termo entre o Death Metal e o Black Metal, a banda mostra intimidade com o que faz, além de ir além do que muitos medalhões do gênero fazem. Existem passagens onde melodias surgem em meio ao clima agressivo criado pelas canções do grupo, tempos que mudam bastante, boa técnica instrumental e um trabalho bem diferente em termos de vocais, com o uso de um timbre gutural mais enxuto. E sim, eles são bem criativos, algo que anda em baixa no Death/Black Metal.

Em termos de sonoridade, o trabalho feito na produção de “Broken Vow” é muito, muito bom, e vai além das expectativas. Os timbres instrumentais estão enxutos, claros e acessíveis aos ouvidos, mas mantendo o peso e agressividade que as músicas precisam. Parabéns ao produtor, pois em um país onde produzir Metal é um processo semelhante a tirar água de pedra, está ótima a sonoridade do EP.

A arte é bem simples, funciona e direta, mantendo a atenção do ouvinte apenas naquilo que o grupo tem de melhor: sua música.

E como eles têm talento!

Ouvir “Broken Vow” é um prazer, pois como já dito acima, o ASKE não tem compromisso com fórmulas musicais, faz o que lhes dá na telha, e que se dane o resto. Os arranjos da banda são de primeira, com muito esmero, a dinâmica entre os instrumentos e vocais é excelente. É daquelas bandas que se ouve e se pergunta logo “por que diabos não os conheci antes?”, e não é exagero: eles estão no ponto para serem uma referência para muitos.

O EP abre com a trabalhada “Meadows in Shade”, cheia de mudanças de andamento, indo de passagens cadenciadas densas a outras mais velozes, sempre com ótimo trabalho das guitarras (que riffs), seguida por “Menschwerdung”, cheia de agressividade e mais focada na velocidade, com alguns arranjos próximos ao Thrash Metal em muitos momentos, mas é rica de arranjos, logo, fique bem atento. Em “Broken Vows”, a banda usa de harmonias que lembram bastante a de bandas seminais de Death Metal melódico de Gotemburgo, com baixo e vocais fazendo um trabalho de primeira linha (e que belo solo de guitarra, cheio de ótimas melodias). Mais ganchuda e com uma pegada densa e moderna é “Mardi Gras”, com arranjos que beiram o Heavy Metal tradicional, com a base rítmica da banda dando uma aula. E fechando, a banda mostra uma regravação de “Übermensch”, música presente no primeiro álbum do grupo, (“Once...”, de 2015), em que o grupo mostra um jeitão agressivo mais tradicional em termos de Death/Black Metal, mas muito bem temperado de criatividade e boas conduções de ritmo, fora o vocal usando um timbre mais esganiçado que casou muito bem com as linhas melódicas da canção.

O único defeito é ser um EP, e não um álbum. Mas “Broken Vow”, que sairá apenas no formato digital, é uma prévia do que o ASKE está aprontando para seu segundo álbum, ainda sem data de lançamento precisa. Mas a banda vai ganhar mais fãs com esse EP, isso é certo!

Nota: 9,1/10,0

BELPHEGOR - Totenritual


Full Length 
2017
Nacional


Tracklist:

1. Baphomet
2. The Devil’s Son
3. Swinefever - Regent of Pigs
4. Apophis - Black Dragon
5. Totenkult - Exegesis of Deterioration
6. Totenbeschwörer
7. Spell of Reflection
8. Embracing a Star
9. Totenritual


Banda:


Helmuth Lehner - Vocais, guitarras
Serpenth - Baixo
Bloodhammer - Bateria


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Algumas bandas, mesmo sem se tornarem lideranças dentro de seus respectivos estilos, são tão criativas e possuem uma legião fiel de fãs que ganham o notório status de “cult”. Um dos mais recentes é o grupo austríaco BELPHEGOR, conhecido pela energia de sua música crua, mas de bom gosto. E após o bem sucedido “Conjuring the Dead”, é a vez do trio destruir pescoços com “Totenritual”, seu mais recente disco, lançado no Brasil pela dobradinha Shinigami Records e Nuclear Blast Brasil.

O estilo do grupo é o mesmo, aquele Death/Black Metal carregado e vibrante, cheio de energia e com boa noção técnica. Mas a banda diminuiu o nível de extremismo musical, já que os tons instrumentais não estão tão baixos e opressivos como em “Conjuring the Dead”. Sim, eles deram um passo atrás em termos de sonoridade, mas deram muitos passos adiante, já que a estética usada no álbum é extremamente criativa, permitindo que algumas melodias surjam de forma espontânea no meio da agressividade de suas canções. Mas a verdade seja dita: a banda está em um nível de criatividade bem alto, mas mantendo a espontaneidade de sempre.

A combinação de um som brutal e intense com uma estética mais limpa (que não deixa o grupo sem peso) é um dos pontos mais fortes de “Totenritual”. Os trabalhos de Jason Suecof na mixagem e de Mark Lewis na masterização permitiram que a música do grupo continuasse com suas características mais primordiais, mas que fosse mais inteligível. E justamente os timbres instrumentais não tão extremos como antes ajudaram muito nesse sentido.

Na capa, com uma arte obscura e sinistra, vemos o sentimento caótico da música da banda exposto de forma gráfica. Mais uma vez, o trabalho de Seth Siro Anton é ótimo, e soma pontos.

Tecnicamente, se percebe que o BELPHEGOR se aprimorou, e que está mais solto e espontâneo. Fruto de muito trabalho e de turnês incessantes, o que lapidou o trabalho do grupo, e novamente, afirmamos que “Totenritual” é o ápice do talento da banda até os dias de hoje, seu melhor trabalho.

Juntando uma qualidade sonora bem feita como talento musical deles, fica claro que as 9 canções do álbum são todas excelentes. Mas por mera referência ao leitor, destacam-se a força técnica e o peso da base rítmica de “Baphomet” (a ambientação agressiva e sinistra, mostrando uma criatividade que antes era mais subjetiva), a velocidade e riffs azedos de “The Devil’s Son” (as guitarras estão excelentes, destroçando os tímpanos dos menos acostumados), a técnica esmagadora de crânios mostrada em “Swinefever - Regent of Pigs”, a mezzo veloz e mezzo cadenciada “Totenkult - Exegesis of Deterioration” (uma mostra de como os vocais urrados da banda podem ser versáteis), a condução perfeita de tempos feita pelo baixo e a bateria em “Spell of Reflection”, os cantos Gregorianos em formatação Death Metal que são ouvidos na ótima “Embracing a Star”, e a velocidade amassa-crânios de “Totenritual”. Mas é necessário frizar mais uma vez: todas as canções são ótimas.

Mesmo que nunca seja reconhecido como merece, o BELPHEGOR é uma das forças-motrizes do Death/Black Metal atual. Ouçam “Totenritual” e comprovem por si mesmos!

Nota: 9,4/10,0