quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

NUCLEAR WARFARE - Empowered by Hate


Tipo: Full Length
Ano: 2017
Importado


Tracklist:

1. After the Battle
2. Let the Hate Reign
3. Hata Com Faca
4. Fear
5. Warlust
6. Bite of the Viper
7. Half Truths
8. A Nice Day
9. Nuclear Warfare
10. Thrash to the Bone


Banda:


Fritz - Vocais, baixo
Listl - Guitarras
Xandão - Bateria


Ficha Técnica:

Caio Monfort - Produção, mixagem, masterização
Nuclear Warfare - Produção
Alfi Andy - Capa
Sebastian Listl - Artwork


Contatos:

Youtube:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br (Metal Media)

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia

Nos dias de hoje, é comum ver muitas bandas tentando emular o que foi feito nos anos 60, 70 e 80. Nada contra, cada um faz o que bem entende, mas existem propostas sonoras que parecem ser mesmo de uma época ou um país. Um dos exemplos mais evidentes está no Thrash Metal alemão. Aquela tradição é tão imitada por aí, mas sinceramente: 80% não funciona e soa artificial, forçado. Parece ter algo no sangue dos alemães que é deles, e de mais ninguém. Emular o jeito que KREATOR, SODOM, TANKARD ou DESTRUCTION têm não é simples. O Thrash Metal germânico é algo deles, por isso, ao ouvir “Empowered By Hate”, disco novo do trio NUCLEAR WARFARE, fica claro porque é assim.

Aqui, se sente o DNA do Thrash Metal da Alemanha em cada momento. Mas ao mesmo tempo, no meio dessa agressividade toda, se percebem boas melodias guiando o trio, além de uma personalidade bem forte. Como este é o quinto disco do grupo em seus 17 anos de vida, fica claro que a experiência faz a diferença, que eles não estão copiando ninguém. Isso flui deles, é algo que vem do coração. É pancada em cima de pancada, uma insanidade de riffs de primeira (e solos muito legais), vocais urrados, baixo e bateria pulsando em uma base rítmica bem feita e sólida. E o melhor de tudo: não soa datado em momento algum.

Tanta energia ser capturada em estúdio não deve ter sido um trabalho muito simples, mas a sonoridade do grupo ficou muito boa, seca e pesada, mas clara de uma forma que compreendamos o que eles estão fazendo. Tudo está em seu devido lugar, sem tirar ou pôr seja lá o que for. A timbragem dos instrumentos poderia ser melhor, mas se mexessem demais, descaracterizaria o trabalho do trio.

A arte, por sua vez, complementa o trabalho do grupo, com uma capa muito boa (embora usando expedientes simples dos anos 80) e uma diagramação muito boa.

Se preparem, pois eles parecem ter sede de Thrash Metal, pois o NUCLEAR WARFARE mostra uma agressividade enorme em suas canções, mas sem que se perca qualidade técnica em momento algum. Tudo flui com energia o tempo todo, arranjos Thrashers de fácil assimilação. Ô banda boa!

Eles vieram trazendo 10 canções muito boas, onde se destacam a veloz e cheia de energia “After the Battle” (com um trabalho de bateria de primeira, com muito peso e boa técnica), o ataque de riffs velozes e certeiros exibido em “Let the Hate Reign”, o Crossover “motorheadiano” que se ouve em “Hata Com Faca” (belo trabalho de guitarras e vocais), o peso azedo e cadenciado de “Fear”, a igualmente cadenciada (apenas mais trabalhada) “Bite of the Viper”, a ganchuda e bem arranjada “A Nice Day” e seu jeito mezzo Thrash e mezzo crossover, a sinuosa e cheia de mudanças de ritmos “Nuclear Warfare” (onde baixo e bateria dão um show à parte, fora as ótimas linhas melódicas), e a veloz e ogra “Thrash to the Bone” (os vocais estão ótimos).

Eis uma banda que merece ser mais bem conhecida pelos fãs de Thrash Metal do Brasil. E que na próxima turnê deles por aqui, que tenham um público digno.

“Empowered by Hate” é um soco nos cornos, daqueles que fazem imitadores arrancarem os cabelos do traseiro com os dentes!

Nota: 93%


KILLEPSIA - Killepsia


Tipo: Extended Play (EP)
Ano: 2017
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Role Model
2. Bordado
3. Império
4. Incertezas


Banda:


Ian Ge Eff - Vocais, baixo
Vicente Telles - Vocais, guitarras
Giuseppe Oppelt - Guitarras
Rafael Severo - Bateria


Ficha Técnica:

Ciente Telles - Produção, mixagem
Ian Garbinato - Produção
Marcos Abreu - Masterização
Pedro Valadão - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/killepsia/ (Metal Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Quando se fala em Metal Progressivo, ou Prog Metal, um amplo espectro de idéias surge para tentar definir quais elementos musicais seriam marcantes. A construção não é simples, mas podemos definir que o estilo se sustenta sobre dois pilares principais:

1.      A fusão do peso e melodia do Metal com elementos de Rock Progressivo;
2.      Uso de uma técnica instrumental rica.

Assim sendo, o restante fica a gosto de cada banda que se aventura por estes caminhos musicais. O KILLEPSIA, de Porto Alegre (RS), é um quarteto corajoso, e mostra no seu segundo EP, “Killepsia”, que tem muito potencial.

O grupo rebusca bastante nas influências musicais, com toques de Jazz e MPB em muitos pontos, o que lhes dá diversidade musical. Por outro lado, eles procuram fazer algo pesado e coeso, sem que as viagens progressivas/técnicas sejam mais longas que a paciência de ouvintes comuns possa suportar. Ao mesmo temo, a banda tem momentos musicais bem agressivos, deixando claro que o negócio com eles é peso. Eles ainda podem evoluir bem mais nessa mistura, mas já mostram personalidade para sobreviverem às tribulações do cenário.

A produção ficou muito boa. Como o grupo se foca na fórmula de vocais-guitarras-baixo-bateria, a sonoridade ficou muito boa, com boa timbragem e um nível de clareza muito bom. Óbvio que podem melhorar nesse ponto, mas já está bom. A arte, por sua vez, é bem simples e direta, mas funcional, permitindo que a atenção do ouvinte fique focada na música em si.

O grupo tem potencial para ir longe, isso fica claro nas quatro canções do EP. Mas é preciso que o grupo dê uma atenção especial e urgente aos vocais, já que além de não estarem compatíveis com o som do grupo, lhes falta maior alcance. Um pouco de treino ao ajudará nesse sentido. Já os instrumentos musicais estão bem, com boa técnica e mudanças de ritmos bem pensadas. E eles sabem arranjar as composições de forma que elas não soem cansativas ou mecânicas.

Das quatro composições, “Role Model” é a única cantada em inglês, e que por sua vez, é recheada de ótimos arranjos de guitarras e boa dose de agressividade. Em “Bordado”, se percebe claramente o lado heavyssívo do grupo, embora ela tenda a ser mais simples, com o baixo dando um show à parte. Bem diversificada e com passagens técnicas interessantes é “Império”, que por ser a mais longa (mais de sete minutos de duração), possui um trabalho de bateria muito bom, com boa técnica e peso, fora os inserts de Jazz e MPB. E em “Incertezas”, a pegada é mais pesada e se percebe forte dose de agressividade, mas sem que a técnica que permeia o trabalho deles se perca.

O EP mostra um grupo bem promissor, e acertando os vocais, o resto se acerta.

Nota: 74%

LA RAZA - Bem Vindos a La Raza


Tipo: Full Length
Ano: 2017
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1.      Bem Vindos a La Raza
2.      Na Contra Partida
3.      /Quem?
4.      Atrás de um Sonho
5.      O Bem
6.      Virar o Jogo
7.      O Dia em Que o Pai Chorou
8.      Pra Onde Seguir?
9.      Caos da Paz
10.  Cai Dentro


Banda:


Alex Panda - Vocais
Ticana - Guitarras
Juninho - Baixo
Daimon - DJ
Matricardi - Bateria
  
Convidados:

Badauí - Vocais
Caio MacBeserra - Vocais
Xis - Vocais


Ficha Técnica:

Baffo Neto, Guilerme Steiner, La Raza - Produção, mixagem
Dani Pampuri - Mixagem, masterização
Diego Rabujah - Capa
Xtudo Obze - Layout


Contatos:

Twitter:
Bandcamp:
Assessoria: http://www.hoffmanobrian.com.br/ (Hoffman & O’Brian)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Para alguns fãs mais radicais, a versatilidade do Hardcore poderia soar algo um pouco fora de dos princípios musicais do gênero. Mas é fato que após a diversificação ocorrida no final dos anos 90, tal qual uma árvore, o Hardcore ganhou ramos bem distintos, mas sempre mantendo os elementos mais seminais, como a agressividade musical e a acidez lírica. Por isso, ao lidar com uma banda como LA RAZA, é preciso ter em mente que ela é fruto de toda uma evolução musical. E, além disso, verdade seja dita: “Bem Vindos a La Raza” é um disco excelente!

A fúria do Hardcore e aqueles corais característicos estão presentes, a presença de riffs simples e bem feitos, e aquela fúria nas letras são todos elementos presentes. Mas ao mesmo tempo, claras influências de Rap, Hip-Hop, toques de Funk/Soul estão presentes, além de scratches. Agressivo, cheio de Groove e musicalmente diversificado, é nisso que se baseia a música do quinteto. E verdade seja dita: não falta energia, e é impossível ficar parado!

Muito bem cuidada foi a produção sonora de “Bem Vindos a La Raza”. Tudo soa limpo e claro, sem estar confuso. Mas nem por isso soa menos agressivo, muito pelo contrário, já que o carrego sonoro do HC está presente em todos os momentos. Óbvio que há momentos em que a música do grupo soa acessível aos menos acostumados (como se ouve em “Atrás de um Sonho”), mas isso mostra como o quinteto é extremamente versátil em termos musicais.

A arte é muito legal. A imagem da banda que fica é de um grupo que, apesar de toda sua militância social, tem uma aura divertida, algo que anda meio fora de moda nos dias de hoje, mas que ficou ótimo.

Nas canções de “Bem Vindo a La Raza”, se percebe que o quinteto não é um grupo de ficar preso a uma musicalidade só. Usando elementos dos estilos citados acima, a música do grupo se torna única e diferente, empolgante e capaz de desencadear pogos infindáveis. E percebam que essa diversidade de influências exige que existam arranjos bem dinâmicos, o que é encontrado em profusão, mesmo em músicas curtas (uma média de 3 minutos de duração cada uma).

E os caras são raçudos!

Percebam que “Bem Vindos da La Raza” é um disco ótimo do início ao fim, se destacando (para mera referência) a ótima e acessível “Bem Vindos a La Raza” e sua levada melodiosa (que riffs e vocais bem construídos, além de um refrão simples), a funkeada e cheia de groove “Na Contra Partida” (baixo e bateria se exibem em termos técnicos, mas mantendo uma base rítmica compacta), as melodias de fácil assimilação em uma canção altamente grudenta que é “Atrás de um Sonho” (que letra legal, além de vocais de primeira), a também acessível “O Bem” (embora o refrão seja um murro nos ouvidos), a energia ais crua mostrada pelas guitarras em “O Dia em Que o Pai Chorou”, o peso denso de “Pra Onde Seguir?”, e a porrada entremeada de scratches de “Cai Dentro”.

“Bem Vindo a La Raza” veio ao mundo no dia mundial do Rock de 2017, demorou um pouco para ganhar sua versão física, mas aí está. E se preparem, pois o quinteto vai conquistar muitos!

Nota: 88%